quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pensamentos e Reflexões



Uma leitura sobre as manifestações dos jovens no Brasil





É sempre muito difícil compreender o que ocorre conosco no momento em que vivemos uma experiência; mais difícil ainda quando é uma vivência social. Freud dizia que só entendemos o significado do vivido em um segundo momento, ou seja, é uma segunda experiência que significa a primeira.
Assim, podemos pensar que os fenômenos vividos nas últimas semanas no Brasil trazem principalmente a marca da expressão, da crítica, da necessidade de mudança. Compareceram às manifestações pessoas de variados segmentos e idades, porém, sabemos que a convocação surgiu de um grupo de jovens de idades entre 20 e 30 anos, ou seja, nascidos entre os anos 1980 e 1990. Posso arriscar e imaginar que seus pais nasceram nas décadas dos anos 60’ e 70’, marcados pelos anos da ditadura militar, período caracterizado pela censura e repressão das liberdades civis.
Esta geração dos chamados “anos de chumbo” foi considerada aguerrida, lutadora, politizada etc. Em contraposição, vínhamos escutando que esta nova geração de adolescentes e jovens só se interessava pelas redes sociais e, no máximo, pelas questões ambientais...
Pois é, às vezes, não conseguimos perceber o que vai se passando de forma latente, bem embaixo dos nossos narizes!
Não pretendo aqui fazer uma análise sociológica ou política, e sim pensar no que significa a juventude e a adolescência (às vezes tida como extensa demais) para a sociedade, para a promoção de mudanças no mundo.
Os jovens representam o questionamento do instituído e a necessidade de novas formas de pensar e viver em sociedade. Frente ao grupo da chamada “geração que criticou e lutou contra o autoritarismo” parecia que nada de novo poderia ser criado ou superado em termos de lutas sociais. E os jovens nos demonstraram que encontrar um lugar de fala, de reivindicações que façam sentido não é fácil, mas que estão dispostos a lutar por isso!!

E que venham os jovens e “ventilem” as nossas crenças!!

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do Lien- Clínica e Assessoria


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Infância e Educação


No documentário "O choque de uma escola libertária com a ditadura militar", sobre os Ginásios Vocacionais, da década de 60, sob a idealização da educadora Mª Nilde Mascellani pode-se constatar a importância de uma educação de qualidade baseada na promoção de uma atitude crítica dos alunos perante a realidade. Este tipo de formação foi tão importante que, na época da ditadura militar, a escola sofreu perseguição, afastamento de professores e até a prisão de sua diretora.
Nas palavras da sua diretora Mª Nilde Mascellani: “O objetivo é levar o jovem à descoberta de sua personalidade, conhecendo os seus interesses e aptidões e percebendo o mundo e a si mesmo, a fim de situar-se na sociedade para desempenhar seu papel transformador”.



http://www.youtube.com/watch?v=kxlrQokWeqo


Vale a pena assistir!

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do Lien- Clínica e Assessoria

domingo, 9 de junho de 2013



"Ensinar as meninas que a aparência delas é a primeira coisa que se nota ensina a elas que o visual é mais importante do que qualquer outra coisa. Isso as leva a fazer dieta aos 5 anos de idade, usar base aos 11, implantar silicone aos 17 e aplicar botox aos 23. Enquanto a exigência cultural de que as garotas sejam lindas 24 horas por dia se torna regra, as mulheres têm se tornado cada vez mais infelizes. O que está faltando? Um sentido para a vida, uma vida de ideias e livros e de sermos valorizadas por nossos pensamentos e realizações."







http://lobjettrouve.wordpress.com/2012/08/15/como-conversar-com-meninas/




Neste artigo, a autora destaca algo que geralmente passa desapercebido: a forma como falamos com as meninas.
Assim, o que ela destaca não é somente o estilo de fala "meloso", "carinhoso" etc, mas o conteúdo da mesma.
Alerta-mos sobre a valorização exgerada à apariência das crianças e a influência que isto terá no futuro delas.
É muito comum elogiarmos a roupa, cabelo, higiene, cuidado com irmãos, saber cozinhar etc., em detrimento de comentários sobre sua inteligência, criticidade, espírito científico, habilidade esportiva, entre outros aspectos.
Aqui cabe uma reflexão dos motivos desta nossa atitude e do tipo de mulheres que queremos formar.

Boa leitura!

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do Lien- Clínica e Assessoria