quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Linguagem e Comunicação



A competência comunicativa é a grande responsável pela habilidade que o sujeito tem para compreender e se expressar, tanto na oralidade e na gestualidade, quanto na escrita. Ela começa a ser estimulada na infância, mas é desenvolvida durante toda a vida. É com frequência que sentimos a necessidade de expressarmos melhor determinado assunto, de construir discursos mais elaborados, de desconstruir mal entendidos. Para que tudo isso seja possível, precisamos compreender as possibilidades interpretativas e reconhecê-las; isso significa que precisamos evocar conhecimentos linguísticos (domínio estrutural da língua) e extralinguísticos (conhecimento de mundo, gestos, intenção comunicativa).

Esse vídeo feito pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa) em 2008, em comemoração de seus 100 anos, é muito interessante para observarmos a mobilização do conhecimento linguístico (neste caso específico, sobre a pontuação) e do extralinguístico (a entonação, o contexto, a intenção comunicativa), para a compreensão da brincadeira feita com os sentidos das frases.

Espero que tenham gostado. Um abraço.

Elisângela Bassi
Fonoaudióloga do Lien Clínica e Assessoria

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pensamentos e Reflexões

As Três Atitudes

A do vaso, que retém e não dá nada.
A do canal, que dá e não retém.
A da fonte, que produz, dá e retém.

Existem seres humanos-vaso, cuja única meta é armazenar conhecimentos, objetos e dinheiro. São aqueles que acreditam saber tudo que há para saber: ter tudo o que há para ter e consideram sua tarefa terminada quando concluíram o armazenamento. Não podem compartilhar sua alegria nem por a serviço dos demais os seus talentos, nem sequer repartir conhecimento. São extraordinariamente estéreis, servidores do seu egoísmo, carcereiros de seu próprio potencial humano.
Por outro lado existem os seres humanos-canal, são aqueles que passam a vida fazendo e fazendo coisas. Seu lema é: "produzir, produzir e produzir". Não estão felizes se não realizam muitas atividades e todas com pressa, sem perder um minuto. Acreditam estar a serviço dos demais, fruto de sua neurose produtiva, quando, na verdade, agir sem parar é o único modo que têm de acalmar suas carências; dão, dão e dão; mas não retêm. Seguem dando e se sentem vazios.
Mas também podemos encontrar seres humanos-fonte, que são verdadeiros mananciais de vida. Capazes de dar sem se esvaziar, de oferecer sua água sem terminarem secos. São aqueles que nos salpicam "gotinhas" de amor, confiança e otimismo, iluminando com seu reflexo nossa própria vida.

Com qual você se identifica?
É importante saber que nunca é tarde para evoluir, para se transformar em fonte, basta querer!


Roberta Marin Passos
Psicóloga – Lien Clínica e Assessoria



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Infância e Educação


Leitura entre pais e filhos: os contos de fadas



Há algumas décadas, os contos de fadas foram considerados prejudiciais e até foram abolidos das escolas, pois relatariam, por um lado, situações mágicas, irreais e com final feliz, por outro, crueldade, violência e sofrimento, situações as quais a criança não deveria ter acesso. Professores, literatos, pedagogos e até psicanalistas se colocaram contra estas afirmações, defendendo a importância dos contos de fadas na construção da imaginação e da fantasia para a vida das crianças. O que se defendia era a riqueza das histórias, das situações, das personagens e até das belas ilustrações. E principalmente a ideia de que a criança não era tão ingênua e angelical como se pensava.
Sabemos que inicialmente os contos de fadas foram destinados a adultos e que as histórias sofreram alterações para torná-las menos cruéis. Muitos foram mudados para se tornarem filmes e ser consumidos pelo grande público.
Se, contudo, nos debruçarmos na sua narrativa, compreenderemos porque são obras clássicas e até universais. Eles apresentam as relações humanas e seus conflitos: ciúmes, rivalidade, abandono, inveja, morte, amor, ódio, medo, crescimento, transformação, morte, sexo etc. Através de personagens distintos, onde até animais e seres fantásticos podem falar e ter sonhos, aparecem reveladas as relações amorosas, filiais, de poder, fraternas etc. As resoluções encontradas muitas vezes são mágicas mas sua linguagem e soluções são simbólicas e repletas de imagens metafóricas e significativas.
Por isso, sua importância e sua atemporalidade.
A leitura dos contos de fadas entre pais e filhos,
 incentiva o contato, a possibilidade de perguntar, 
de expressar medos, falar o que se sente,
 tentar compreender a vida e a morte, 
os maiores mistérios que a humanidade precisa desvendar.

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do LIEN- Clínica e Assessoria

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cinema e Psicanálise


A CRIANÇA (L’ENFANT)
Bélgica, 2005
Diretores: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne




Sinopse:

Sonia é uma jovem de 18 anos, que acabou de dar à luz a um menino. Bruno, o pai, com 20 anos de idade vive de pequenos roubos cometidos por ele e seus comparsas adolescentes. Os dois veem de maneira bem diferente o significado da chegada desta criança, sendo que os atos de Bruno em relação ao filho colocarão o casal diante de sérios dilemas sobre suas existências.



O GAROTO DA BICICLETA (LE GAMIN AU VÉLO)
Bélgica, França e Itália, 2011.
Diretores: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne




Sinopse:

Cyril Catoul tem 11 anos de idade e um objetivo: encontrar o pai, que o deixou em um orfanato. Por acaso ele conhece Samantha, a administradora de um salão de cabeleireiro, que permite que o garoto passe os fins de semana com ela. Entretanto, Cyril não consegue reconhecer o carinho com o qual é tratado por Samantha, graças à raiva que sente por ter sido abandonado pelo pai.

Comentários:

Estes dois filmes tem muito em comum: a direção dos premiados belgas, os irmãos Dardenne, que realizam filmes humanistas, sobre conflitos sociais. O tema é sobre a delinquência e a presença do ator belga Jérémie Renier fazendo o papel de pai “insuficiente” em ambos.

O premiado filme “A Criança” conta a história impactante de um pai de 20 anos (Jérémie) que vende o seu bebê em troca de um envelope de dinheiro. É um jovem delinquente que relaciona a vinda do bebê como uma oportunidade de lucrar, colocando o filho como objeto, ou seja, mercadoria. A partir da agonia da mãe diante da perda do seu bebê, o filme dá muitas reviravoltas, inclusive da intervenção da polícia (lei que interdita) fazendo com que o rapaz volte atrás e resgate o bebê. O filme comove por mostrar de forma realista e sem apelos morais a incapacidade de um homem em se relacionar de forma afetiva com seu filho. Há um desapego, frieza e oportunismo e o filme mostra através do título à verdadeira “criança” da história, o rapaz diante da sua “imaturidade” em amar.




O filme “O Garoto da Bicicleta” mostra a dura realidade de um menino de 11 anos que sofre pela rejeição paterna e que luta para ficar com o pai (Jérémie) que deixa claro que não o quer, que muda de endereço e que vende a sua bicicleta. Acompanhamos o desespero do garoto diante deste desamparo. Mas, ele encontra e elege Samantha como sua “tutora” e ela se comove diante do sofrimento deste garoto. Ela teria muitos motivos para desistir, afinal a convivência com Cyril não é nada fácil, pois ele testa seus limites e tolerância, ela inclusive abdica de seu parceiro, que não tolera a situação. Mas, Samantha representando a mãe suficientemente boa (que oferece suporte afetivo) consegue tirar o garoto da provável delinquência que ele beira. Um desfecho de esperança e compaixão.




Delinquência é desamparo, é privação.
Quando existe privação, existe comprometimento na organização psíquica. Se não existe um cuidador que dê conta das excitações da criança, em função de suas próprias angústias, a presença do outro se torna arrasadora e o psiquismo se constitui no desespero.
Para a Psicanálise o conceito de desamparo está no âmago de uma falha, no sentido de um cuidado precário oferecido pelo outro.
O desamparo infantil pode se desdobrar em desespero juvenil e nada pode intervir como mediação.


“A conduta antissocial é um grito de desespero para o sujeito que reivindica do social aquilo que lhe foi prometido”.
(Winnicott)



Vanessa M. da Ponte
Cinéfila e psicóloga do Lien Clínica e Assessoria

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Tirinha retirada do livro: "No divã do Dr. Fritz", Editora Casa do Psicólogo, 2001, pág. 56

Esta tirinha retrata uma situação que mostra o quanto nós entendemos o que nos é dito, da maneira como podemos ou queremos! Muitas vezes, a mudança é difícil, pois ela gera incômodos e nos obriga a sair do lugar de conforto em que estamos. Então a nossa interpretação vai de acordo com a nossa disponibilidade interna e desejo para a mudança. Podemos achar que mudar algo "de fora" (como trocar o carro nesta historinha) vai resolver os problemas, mas procure olhar dentro de você e buscar forças para escolher o que quer transformar em si mesmo, e vá em frente! Para se ter algo novo, precisa-se abandonar o velho, não é mesmo? Que tal refletir sobre isso? Abraços,

Fabiana Bueno
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Linguagem e Comunicação



Estas tirinhas foram extraídas do livro Persépolis, uma autobiografia de Marjane Satrapi. Trata-se de uma mulher que narra a sua história contextualizando-a com o cenário político-social da Revolução Iraniana. Estas tirinhas retratam a época em que as mulheres foram forçadas a usar o véu e a se vestir de modo “apropriado” aos olhos do governo iraniano. A fiscalização, entre outras maneiras, era realizada pelas “guardiãs da revolução” que prendiam as mulheres que não usavam o véu adequadamente.
Marjane, assim como as mulheres de sua família, não concordava com o uso do véu e não gostava da ideia de suas escolhas serem cerceadas pelo governo. Então, usava o véu, mas não abria mão de outras escolhas.
As cenas das tirinhas são, em sua essência, bastante repressoras. Contudo, muito embora reconheçamos a gravidade da situação, a linguagem dos quadrinhos ameniza tal drama e permite com que achemos graça da maneira como a garotinha luta argumentativamente para não ser presa pelas guardiãs. Isso é possível pela articulação dos elementos verbais e não verbais, lidando com aspectos visuais e lingüísticos, permitindo ampliar as possibilidades de interpretação e de recepção pelo interlocutor (nós!).

Fica a dica para o livro: Satrapi, Marjori (1969). Persépolis. Tradução Paulo Werneck - São Paulo: Companhia das Letras, 2007.


Elisângela Bassi
Fonoaudióloga do Lien Clínica e Assessoria

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Evento gratuito do Etc e Tal Psicanálise & Sociedade

É com prazer que convidamos você a participar da edição de 2012 da nossa "Jornada Internacional: O

Jornada Internacional "O mal-estar na cultura: O medo"

É com prazer que convidamos você a participar da edição de 2012 da nossa "Jornada Internacional: O mal-estar na cultura – O medo", que desta vez acontecerá em dois espaços distintos: São Paulo (SP), nos dias 31/08 e 01/09/2012, e Olivença (BA), nos dias 27, 28 e 29/09/2012.


Inscrições gratuitas.
mal-estar na cultura – O medo", que desta vez acontecerá em dois espaços distintos: São Paulo (SP), nos dias 31/08 e 01/09/2012, e Olivença (BA), nos dias 27, 28 e 29/09/2012.

a programação está no http://petcetal.blogspot.com)

Reflexões Psicanalíticas


Sabotagem - Contra quem???

O termo sabotagem vem do Francês sabot que significa tamanco ou sapato feito de madeira, a palavra ganhou o significado de impedir ou dificultar o transcurso normal do trabalho porque os operários costumavam colocar seus tamancos entre as engrenagens, para danificar as máquinas.
Será que agindo assim, esses funcionários só prejudicavam o andamento das atividades?
Com certeza não, pois desperdiçavam a chance de novas oportunidades para si.
Gostaria de fazer uma analogia: “colocar seus tamancos entre as engrenagens, para danificar as máquinas.” – vamos pensar as engrenagens como nossas capacidades e as máquinas como nosso EU – Ou seja, subjulgamos nossos potenciais e consequentemente comprometemos nossos resultados e oportunidades.
É óbvio que esses funcionários prejudicavam a empresa, mas seu maior prejuízo  estava no fato de não conseguirem tomar a decisão de buscar novos horizontes, se aqueles não mais lhe atendiam. As máquinas poderiam ser ajustadas para voltar à atividade, mas esses funcionários continuariam com suas avarias.
O ato do boicote nunca é unilateral.  Impede e dificulta o funcionamento, bem como o resultado de todos os envolvidos.
É ilusório pensar que apenas o outro será prejudicado.
A sabotagem pode ser um ato declarado ou inconsciente. Ou seja, a pessoa pode não se dar conta deste movimento, portanto se atente aos sinais: desmotivação, reclamações, pouco investimento, desconforto, falta de prazer. Isso pode gerar um comportamento reativo de ação, como forma de demonstrar o descontentamento, mas não resolve a situação.
A insatisfação pode fazer parte de momentos da vida, mas o encaminhamento que você dará a ela é que fará toda a diferença.  

Grande abraço
Roberta Marin Passos
Psicóloga  - Lien Clínica e Assessoria

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pensamentos e Reflexões


Sobre o valor da amizade

Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida
Aperfeiçoa-nos e enriquece-nos,
Não tanto pelo que nos dá,
Mas pelo que nos revela de nós mesmos.

Miguel de Unamuno



A amizade é um tipo de relacionamento do qual pouco se fala, mas não por isto menos importante. Os verdadeiros amigos podem ser poucos, e alguns resistem ao tempo e à geografia.

As amizades da infância dificilmente são esquecidas, pois foram construídas através do compartilhamento de inúmeras e intensas experiências, muitas vezes, cotidianas, nos jogos e brincadeiras, na escola, família, no bairro, clube, parque, prédio-casa, igreja etc.
Risadas e lágrimas, brigas e confusões, dividir e emprestar, abandonos, castigos e proibições são a marca deste período de intensa convivência. Muitas vezes nos reencontramos com amigos de infância que nos relatam situações esquecidas que de repente se tornam familiares ou estranhas demais!
Quem disse ou fez aquilo que está sendo contado??

Descobertas, confissões, revelações e longas conversas mudam o quadro das amizades na adolescência aonde a lealdade, o companheirismo, a verdade, o andar em grupos e gostar dos mesmos ídolos andam de braços dados com o ciúmes, a rivalidade, a exclusão, a idolatria, o preconceito etc. Diferenças entre amizade, amor, paixão, ficar, amigo de verdade e passageiro vão sendo construídas e dizem muito sobre nós, sobre aquilo que valorizamos, sobre nossas dificuldades, sobre nossa facilidade de agregar ou afastar pessoas. Ou seja, que toda relação precisa ser cuidada, porém de formas diferentes!
Na adolescência sentimentos, ideias, crenças, atitudes e valores vão sendo assumidos com maior ou menor clareza. Posições políticas, sexuais, religiosas, éticas são defendidas, às vezes, com paixão e até violência.
É um período de intensas escolhas.
Tudo isto faz com que, às vezes, nos lembremos com saudades, assombro ou revolta de nossa coragem, confusão, desejo e as situações dramáticas com que enfrentamos os conflitos.

Na idade adulta amigos costumam nos ouvir desabafar, chorar por um amor perdido ou por decepções, falar de doenças, separações e mortes,  mas também, ao pedirmos conselhos sobre o que fazer com os filhos, dicas para arrumar emprego, confessarmos conquistas, situações engraçadas, atrapalhadas ou até vergonhosas, compartilharmos de gostos por esportes, arte, compras, tecnologia, crenças etc.
A sensação de finitude, do tempo passado e perdido e dos efeitos das nossas escolhas vão se tornando mais evidentes. Com alguns amigos especiais sentimo-nos mesmo nus ou permitimos revelar-lhes nossas intimidades mais inconfessáveis. Como em um espelho, não podemos já ocultar nossas verdades sob pena de adoecer e pagar um preço bem alto pela mentira.

E isso que amigos nos revelam: nós mesmos, pela forma como os tratamos, cuidamos, abandonamos, afastamos, amamos, pela intimidade que nos permitimos evidenciar, pelas faltas mais ou menos disfarçadas que custamos a dizer, pelo desejo com que continuamos a acreditar que é possível errar e voltar a acreditar na amizade e em nós mesmos.

Liliana Emparan
Psicopedagoga e Psicanalista do LIEN- Clínica e Assessoria

segunda-feira, 20 de agosto de 2012




A VIDA DE OUTRA MULHER
(La Vie d'une Autre)
Diretora: Sylvie Testud
França, Luxemburgo, Bélgica (2012).

Sinopse:
A história de Marie (Juliette Binoche), uma mulher de 41 anos que acorda pensando ter 25. Esquece 16 anos de sua vida e ainda vive uma história de amor que já terminou. Agora, ela tem uma segunda chance de reconquistar o amor de sua vida.




Comentários:

Para a Psicanálise, podemos considerar que inconscientemente nenhum esquecimento que tenha habitado um lugar anterior de lembrança ou memória é vão. Os tortuosos caminhos do esquecimento (lugar de encobridor do desprazer) nos colocam sempre a um balanço e reflexão. Em uma situação terapêutica, por exemplo, o esquecimento no discurso do paciente é uma força que se opõe ao consciente, uma resistência. A repressão é um processo psíquico que faz desaparecer da consciência a situação dolorosa que origina o sintoma.

                       “... o esquecimento é a única vingança e o único perdão”.
                                               (Jorge L. Borges)

O filme com graça e sensibilidade convida a uma reflexão a respeito do que nos tornamos com o processo de amadurecimento. As influências diretas ou não de nossas escolhas, oportunidades, insatisfações, exigências e conveniências diante da vida.
No seu aniversário de 41 anos Marie se desperta e se esquece de quem é. Acorda vivendo e sentindo quem foi aos 25. Quando se depara com o seu novo estilo de vida, se dá conta do quanto mudou e isto lhe causa muito estranhamento, pois parece não ser ela.
Ela precisa lidar com a surpresa de um mal sucedido casamento, estando apaixonada pelo marido. Com a surpresa da maternidade e com um filho pequeno que a ignora. Com o luto pela perda do pai e de uma mãe distante por uma briga judicial. Mas, profissionalmente se tornou uma mulher bem sucedida, respeitada e de sucesso. E que alto preço pagou por isso. A nova Marie se entedia com este rígido estilo de vida, já que aos 25 era uma mulher apaixonada, descontraída e de bem com a vida.  Ela quer reconquistar sua família e o filme evidencia esta busca solitária por parte de Marie, afinal ela está cercada de pessoas que desempenham o seu papel aonde ela deixou de estar (empregada, babá, amante do marido e padrasto).
Na manhã do seu “despertar” Marie veste um vestido florido e seu filho diz surpreso que aquele era seu vestido de férias. Em certo momento do filme o marido fala da capacidade dela de se reinventar.  Aos poucos ela reconquista o que mais deseja, com sua honestidade e espontaneidade diante do que verdadeiramente é e sente (Marie resgata sua essência e abdica desta mulher que se tornou). É disto que trata o filme e nos convida a refletir sobre o que fomos, somos e quem sabe seremos um dia!


           “Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te”.
                                                       (William Shakespeare) 


Vanessa M. da Ponte
Cinéfila e Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria

sábado, 18 de agosto de 2012

Reflexões Psicanalíticas

Princípio da Riqueza

"Imagine uma árvore. Suponha que seja a árvore da vida. Nela há frutos. Na vida, os nossos frutos são os nossos resultados. Nós olhamos para eles e não gostamos do que vemos - achamos que os frutos que produzimos são poucos, muito pequenos ou que o seu sabor deixa a desejar.
O que tendemos a fazer, então? A maioria de nós dedica ainda mais atenção aos resultados. Mas de onde eles vêm? São as sementes e as raízes que os geram.
É o que está embaixo da terra que cria o que está em cima dela. É o invisível que produz o visível. E o que significa isso? Isso quer dizer que, se você quer mudar os frutos, primeiro tem que trocar as raízes - quando deseja alterar o que está visível, antes deve modificar o que está invisível."
Trecho retirado do livro: "Os segredos da mente milionária" de T. Harv Eker



http://www.mariohenriquemartins.com.br/mhm/artigos/images/arvore-e-raiz-iStock_000014633684Small1-300x274.jpg


Gostaria de ampliar esta mensagem para além dos resultados financeiros, de que o livro trata. Penso que podemos levar este ensinamento para a nossa vida pessoal quando estamos insatisfeitos com algo. Somos como a árvore, com raízes, tronco e copa inteiramente importantes e interligados, e os frutos são nossas ações e comportamentos, resultados do que plantamos em nossas raízes. Então, se você quer mudar o visível, melhorar seus frutos, reflita sobre o que está plantando, sobre o invisível, sobre seus sentimentos mais profundos que muitas vezes determinam suas ações, e que ás vezes passam pelo tronco, pela razão, ás vezes não. Os frutos que você fornece ao mundo e as pessoas dependem inteiramente de você! 

Fabiana Bueno
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria  



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Linguagem e Comunicação


A arte de escrever



Escrever é mais do que colocar palavras interligadas em um papel. É também transmitir ideias e construir sentidos. Um texto bem escrito – e não necessariamente sofisticado – suscita reflexões, remete-nos a algo, passa a ter uma dimensão expressiva própria.
Ao pensarmos em texto, pensamos em uma produção que vai se tornando clara na medida em que é construída, do mesmo modo que a obra do artesão é modificada e vai caminhando para a sua forma final a cada empenho dele.
Muitas vezes olhamos um tapete e o achamos bonito, mas não sabemos ou conhecemos como foi feito. Então, se o virarmos e olharmos para o seu avesso, possivelmente conseguiremos perceber como a trama de suas linhas estão entrelaçadas e, finalmente, conseguiremos compreender, ou pelo menos inferir, o modo como foi produzido. Assim também é com o texto: muitas vezes precisamos olhá-lo pelo avesso para compreendê-lo. Essa ação representa a curiosidade que nos torna cada vez mais conhecedores dele.
Porém, reconhecer a trama de um tecido não significa ter a habilidade imediata de produzi-lo. Ou, para abandonar a metáfora, deter o conhecimento linguístico (regras ortográficas e sintáticas, gêneros discursivos, domínio lexical etc.) é condição necessária, mas não é suficiente para uma boa produção textual. É preciso também exercitar esse potencial continuamente e de maneira diversificada, a fim de produzir textos cada vez mais claros e de manejar os recursos linguísticos de modo a tornar a produção mais enriquecida. 

Elisângela Bassi
Fonoaudióloga do Lien Clínica e Assessoria

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cinema e Psicanálise




BABY LOVE
(Comme les Autres, França, 2008)
Direção: Vincent Garenq
Sinopse:
Emmanuel e Philippe formam o casal perfeito, até que o primeiro sugere a ideia de ser pai. Philippe a princípio não gosta da ideia, mas para manter o relacionamento, aceita pedir a ajuda de Josefina, uma garota disposta a engravidar.




CONFIAR
(Trust, EUA, 2011)
Direção: David Schwimmer
Sinopse:
Will e Lynn têm três filhos. Enquanto um está prestes a entrar para a faculdade, a filha do meio, Annie, começa a apresentar os sintomas comuns das adolescentes que querem se parecer mais velhas e ser aceitas entre seus pares. Publicitário bem sucedido e super envolvido com a profissão, Will procura ter uma relação de confiança com os filhos, mas Annie inicia um relacionamento no computador com um jovem de 16 anos e dá continuidade através do telefone. Sem que seus pais soubessem, ela aceita o convite dele para um encontro, mas a surpresa que ela tem no primeiro momento é só o começo de um pesadelo que marcará para sempre a sua vida e a de sua família.

(Fonte: Adorocinema)

Comentários:

Pegando carona nas comemorações do último domingo, estes dois filmes falam sobre a  paternidade. O longa “Baby Love” sobre o desejo de ser pai de um homem nada convencional  e  Confiar” sobre o sofrimento de um pai superprotetor diante de um drama familiar, já que sua filha é vítima de pedofilia na internet. Tanto a comédia francesa quanto o drama americano aborda com sensibilidade a condição paterna.
Os dois filmes também tem em comum temas relacionados à sexualidade. O longa francês com sensibilidade e humor mostra as dificuldades da paternidade por homossexuais e o americano de um pai que precisa lidar com a sexualidade precoce da filha.
Algumas considerações sobre a função paterna para a Psicanálise:
Relacionar apenas a função paterna com a ideia do prover é muito pouco.Esta função no campo simbólico faz surgir no psiquismo do filho a marca da lei, a Lei do Pai. Esta lei protege o filho de uma doença mental, pois o pai retira o sujeito do estágio de alienação ao corpo materno, diferenciando a criança de sua mãe, compondo sua identidade. O lugar do pai é de representante desta lei que impõe limites psíquicos e que também interfere na vida em sociedade, pelas regras da cultura, da moral e ética civilizada. Para além dos limites, ser pai é possibilitar que o filho possa existir com sua singularidade.

Vanessa M. da Ponte
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria