quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cinema e Psicanálise




Minhas Tardes com Margueritte








• Lançamento (2h 2min)
• Dirigido por Jean Becker
• Com Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Jean-François Stévenin mais
• Gênero Comédia , Drama
• Nacionalidade França



Sinopse:

Uma história sobre os encontros inesperados da vida. Germain (Gérard Depardieu) é um iletrado e solitário homem. Para preencher suas tardes, ele faz amizade com a senhora Margueritte (Gisèle Casadesus).

Comentários:

Filme extremamente interessante que aborda a questão das diferenças de um ponto de vista original. A amizade que surge entre as duas personagens Germain e Margueritte aparece de cara como algo impossível, tanto pela idade quanto pela diferença cultural existente entre eles. No entanto, os encontros singelos no banco de uma praça se transformam em momentos prazerosos para ambos. Por um lado, Germain aprende a ter gosto pela leitura, abrindo seus horizontes e passando a se considerar como alguém pensante que tem opiniões. Por outro, Margueritte encontra alguém que a admira e a valoriza, reeditando a possibilidade de repensar a vida e suas crenças.

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga

Pensamentos e Reflexões



Recomeçar
Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível recomeçar.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante...
Acreditar em você de novo.

Sofreu muito neste período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...
Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora...
Onde você quer chegar? Ir alto? Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental... joga fora tudo que te prende ao passado... e toda aquela tranqueira que você guarda... jogue tudo fora... mas principalmente...esvazie seu coração... e fique pronto pra VIDA!
"Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que os outros me enxergam".
(Carlos Drummond Andrade)

Boa faxina!!!

Grande abraço
Roberta Marin Passos
Psicóloga – Lien Clínica e Assessoria

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013



CIÚME – O INFERNO DO AMOR POSSESSIVO (L ´ENFER)

Direção: Claude Chabrol (França, 1994)

"Emmanuelle Béart, ótima e bela atriz e François Cluzet, em perfeita caracterização, fazem o casal que trilha a conhecida trajetória da alegria e juventude, casamento, filho, quando de repente se defrontam com um inimigo poderoso e milenar: o ciúme. O título deste filme de 1994 em francês é “L´enfer” e em inglês “Hell”, que significam o mesmo: “Inferno”. E esse deveria ser o título também em português, porque o filme mostra exatamente isso: com tintas bastantes reais, o horror de um relacionamento em que o ciúme se torna uma obsessão, uma paranoia. Com a habilidade do diretor e também roteirista Claude Chabrol, os fatos vão se sucedendo dramaticamente, sendo muitas vezes misturadas as cores reais com as imaginárias (no espectador há inclusive instantes de hesitação…). A degradação física e psicológica do casal nos choca e pode provocar a identificação daqueles que já foram reféns de sentimentos semelhantes. Mas nem por isso o impacto é menor. Ao término do filme, uma surpresa inteligente no lugar do habitual The end".

(Fonte: www.dicasdecinema.net)

Comentários:

O ciúme talvez seja um dos sentimentos mais comuns nas relações amorosas. Muitas vezes utilizado como prova de amor, como tempero das relações e frequentemente causador de brigas, desconfianças e embates emocionais. Sem ele parece que há indiferença e desapego. Na arte da sedução e da conquista, o ciúme pode ser tolerável e até admirado. Pode provocar estragos dependendo de sua intensidade, colocando em risco a relação, sendo perigoso e até fatal. Vai além da esfera romântica para as relações familiares, sociais e profissionais. Norteia o campo da exclusividade, fidelidade, suspeita e traição e faz parte do cotidiano.

Pensando na dinâmica amorosa do casal o ‘funcionamento ciumento’ faz com que o outro atue. Com a passagem do tempo e com as marcas que gera no outro objetivamente e subjetivamente. Pode ser um prazer associado ao sofrimento do outro. O ciumento fica no lugar do excluído diante do ‘enciumante’. O ciúme se relaciona a vínculo, laço e a existência de um terceiro estrangeiro, a um não pertencimento. Pela escolha ou desconfiança do outro, há um lugar privilegiado para este terceiro, como um fantasma circulando na relação a dois.

A intervenção terapêutica pode estimular um trabalho vincular, construindo e reconstruindo o tempo todo, necessário para o entendimento e amadurecimento do casal.

Se o ciúmes permanece, ele não aumenta o amor, pois é desamor, pela sede de exclusividade do outro como posse. É necessário aceitar o outro com vida própria.
O ciumento inclusive pode ser um traidor em potencial.

Sentimento pouco construtivo, que tem herança na inveja.

Ciúme vem do Latim Zelumen,de Zelus (desejo amoroso, ciúme, emulação) e do Grego Zelos (zelo, ardor, ciúme).

Fica a dica deste filme que provavelmente é um dos mais representativos sobre o tema!

Vanessa Ponte
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cinema e Psicanálise



‘Denzel Washington interpreta piloto alcoólatra no filme "O Voo"

'Um voo matinal de Orlando para Atlanta poderia ser mais um dos vários que o capitão Whip Whitaker (Denzel Washington) precisa realizar em poucos dias. E assim ele o trata ao ir trabalhar após cheirar uma carreira de cocaína por ter passado mais uma noite bebendo. Ao contrário do que se esperava, esse não é mais um dia rotineiro.
Em "O Voo", dirigido por Robert Zemeckis (da trilogia "De Volta para o Futuro"), Whip fantasticamente salva a tripulação de um malfadado avião prestes a explodir em pleno ar. Seis morrem, muitos se machucam, mas, se não fosse à aterrissagem do piloto, seriam mais de uma centena de funerais.
No longa que estreou na sexta-feira (dia 8/2), o homem prontamente tratado como herói logo se encerra em seu grande pesadelo e nele afunda. "O Voo" é, na verdade, um retrato da vilania de algumas garrafas de vodca. Ao som de clássicos do rock, é no abismo do próprio alcoolismo que Whip desce após um exame acusar as substâncias em seu sangue e ele ser importunado por mensagens cristãs, pela imprensa e por advogados. Mais do que um filme sobre um acidente e longe da emoção das vidas que foram salvas e da teoria do destino imposto por Deus, "O Voo" é comandado pela urgência de uma outra sobrevivência, da qual Whip passa a maior parte dos 140 minutos bem longe’.

(Fonte: guia.folha.uol.com.br de 10/02/13)

Comentários:

O filme mostra a recusa do protagonista em assumir sua condição diante do alcoolismo. Ao mesmo tempo revela sua vulnerabilidade colocando-o sempre à prova em situações que propiciam uma bebedeira. Mas, com ironia e boas doses de humor contemplamos muitas situações de abuso de substâncias químicas. Há a evidência da fragilidade humana diante do vício, mas também há possibilidade de mudança. O protagonista passa por uma significativa transformação, entre negação e reconhecimento, com questões existências que vem à tona.

Pensando à respeito da sociedade de consumo, o protagonista interpretado por Denzel nos dá de bandeja características de um 'consumidor patológico'. O ato de ‘consumir’ como de busca da felicidade imediata, a droga como um substituto de um certo mal estar, como vivência de satisfação. As adicções constituem o sujeito, que sempre busca um objeto perdido (ou desejado). A vida nestes casos torna-se suportável pelo ato de drogar-se. Que dor psíquica o sujeito se agarra na toxicomania para ser um? Com que adições o cotidiano é possível? Nós não renunciamos a nada, substituímos (a droga como substituto, como experiência primordial de satisfação absoluta para suportar o relativo que a vida impõe).

Que laço social o sujeito pode estabelecer com esta droga?

É uma solução para a dor da existência, mesmo que de morte...?

Seja feliz, consuma?


Fica a dica deste polêmico filme para reflexão!


Vanessa Ponte
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Pensamentos e Reflexões


O Papel de Cada Um – Família” X “Escola


Quem deve educar – os pais ou a escola?

Com a evolução dos tempos e as novas atribuições, podemos perceber que tanto a escola quanto os pais se perderam em suas funções, as responsabilidades sobre a formação de valores e o desenvolvimento de bons hábitos, são hoje terreno de tensão entre pais e professores.
A conhecida “educação de berço” está prejudicada pela rotina das novas famílias, os pais trabalham e falta tempo para o acompanhamento da vida dos filhos.
E quem fica com essas crianças enquanto os pais estão no trabalho?
A escola precisou se adaptar às novas necessidades das famílias e agregou à suas funções o acolhimento das crianças.
Surgiu o período integral e a escola passou a ser o segundo lar da criança, que às vezes passa mais tempo lá do que em casa; mais tempo com os educadores do que com os pais.
Essa falta de tempo concreta, bem como a culpa por ficar longe do filho, gerou modalidades mais permissivas na educação.
Isso gerou reflexos para todos os envolvidos.
A consequência do modelo atual foi uma perda dos limites de ação de cada um. A família não se apropria da função de formar o ser humano capaz de viver em sociedade, lançando mão de seus valores e hábitos socialmente aceitos e a escola não consegue cobrar essa responsabilidade do aluno, pois o mesmo não se coloca como parte desta engrenagem, não assume seu lugar!


O desafio é fazer com que família e escola revejam suas ações e se complementem.
Uma boa medida é definir o que cabe à escola e o que cabe à família.
A política do - EU PAGO, EU POSSO – transforma a escola em refém de uma sociedade confusa e prisioneira em si.

Um abraço
Roberta Marin Passos
Psicóloga – Lien Clínica e Assessoria