sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Pensamentos e Reflexões



Por que o futebol encanta?




Algumas mulheres não conseguem entender porque os homens se encantam com uma partida de futebol. Para elas se trata apenas de jogadores correndo em um gramado atrás de uma bola. Muitas desconhecem com precisão as regras, mas todo mundo reconhece um gol! Há também as apaixonadas e entendidas e até as jogadoras profissionais, claro; existem também homens que não gostam, mas isso é raro.... Mas aqui quero falar sobre um enigma que acompanha o cotidiano do brasileiro e de maioria dos latino-americanos.
O futebol provoca ódios e amores, ou seja, paixões.
A linguagem do futebol pode ser nossa bússola já que inclui as palavras: defesa, ataque, passe, drible, falta, jogador, juiz, time, estádio, entre muitas outras.
Estas palavras lembram metaforicamente situações da nossa vida real.
Talvez por isso este esporte apaixone multidões.
Ao longo dos 90 minutos ou mais, os espectadores torcem e sofrem pelo seu time. Acompanhar uma partida acende a paixão pelo jogo e pela vida. Interessante porque em poucos segundos pode se passar da felicidade à tristeza, da ira à ternura, do companheirismo à violência.
Acredito que as pessoas projetem no jogo seus próprios anseios: ganhar, perder, lutar, se esforçar, brilhar, trabalhar em equipe, ser punido, esperar são verbos que conjugamos no dia-a-dia: na família, no trabalho, na escola, em casa.
O que mais chama a atenção é a fugacidade dos bons momentos que o futebol oferece. Como na vida um gol dura segundos, um passe mal dado pode causar graves problemas, não se defender pode fazer-nos cair. Como na vida, durante o jogo podemos ser desleais, mentir, fingir, sacanear o outro, até ser agressivos e violentos. Porém, o que encanta é o drible, a luta, a tenacidade e a insistência por colocar a bola na rede, ou seja, por alcançar nosso objetivo.
Nosso objetivo, contudo, não é vencer um jogo: é viver! Vencer os desafios, as dificuldades, doenças etc. faz parte, mas o que mais gostamos é mesmo VIVER!!!

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do LIEN- Clínica e Assessoria

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cinema e Psicanálise


OS SABORES DO PALÁCIO
(Les saveurs du palais)
Direção: Christian Vincent
França, 2013.

Sinopse:

Hortense Laborie (Catherine Frot) é uma respeitada chef que é pega de surpresa ao ser escolhida pelo presidente da França para trabalhar no Palácio de Eliseu. Inicialmente, ela se torna objeto de inveja, sendo mal vista pelos outros cozinheiros do local. Com o tempo, no entanto, Hortense consegue mudar a situação. Seus pratos conquistam o presidente, mas terá sempre que se manter atenta, afinal os bastidores do poder estarão cheios de armadilhas.
(Fonte: Adorocinema)

Comentários:

Deliciosos pratos da culinária francesa desfilam pelo filme. Apesar da preferência por uma cozinha trivial, com certo apelo familiar, é um filme de aromas requintados. A Chef consegue sensibilizar o presidente (Mitterrand), pois ele resgata lembranças preciosas de sua infância através de sua culinária. A Chef em questão é uma mulher perfeccionista, exigente e temperamental. Não a toa ela é convidada para desempenhar tão importante papel, o de cuidar com exclusividade do cardápio do presidente. Mas, ela se depara também com outros desafios, como as burocracias do palácio e o de transitar em uma cozinha predominantemente masculina de chefs, que se incomodam com a sua presença, dificultando seu trabalho. Mas, como seu exclusivo objetivo é agradar ao paladar do presidente, ela não mede esforços para isso. Muda toda a estrutura da cozinha, trazendo seus próprios utensílios (e desprezando os requintados aparatos), contratando um único assistente e se utilizando de seus fornecedores, com produtos de alta qualidade. Ela consegue reunir bom gosto e simplicidade em sua função, deixando sua marca.
Um filme que cabe muito bem ao mundo corporativo, diante da superação das contrariedades, pelas suas convicções e por concluir seu projeto de forma exemplar. Mas, como tudo tem limites, em um determinado momento ela tem que sair de cena e deixar tão prestimoso cargo. O filme acompanha duas fases bem distintas de sua vida, na França e na Antártida. Nesta última fica evidente a admiração de quem a cerca, pois ela é homenageada de forma afetuosa.
Persistência e determinação parecem ser a chave do sucesso nesta história baseada em fatos reais.

Fica a dica deste filme cheio de propósitos!

Vanessa M. da Ponte
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria