quarta-feira, 13 de junho de 2012

Cinema e Psicanálise

Filme: Shame  


Diretor: Steve McQueen
Reino Unido (2011)

Sinopse e detalhes:

“Brandon (Michael Fassbender) é um cara bem sucedido que mora sozinho em Nova York. Seus problemas de relacionamento, aparentemente, são resolvidos durante a prática do sexo, tendo em vista que é um amante incontrolável. Contudo, sua rotina de viciado em sexo acaba sendo profundamente abalada quando sua irmã Sissy (Carey Mulligan) aparece de surpresa e pretende morar com ele. O atraente protagonista, é um eremita afetivo que, sintonizado à solidão digital dos chats eróticos, descarta relacionamentos por não acreditar na dedicação exclusiva a outro corpo que não seja o seu. Aplaca seu apetite torrando fortunas com garotas de programa, com pornografia e flertando com mulheres em bares. 
É um filme que trata da questão contemporânea sobre excessos e sobre o vazio afetivo das novas gerações”*.

Comentários:

O filme aborda um tema polêmico, que coloca o personagem diante de uma disfunção que afeta sua vida sexual. O personagem depende do sexo e fica claro que não se está diante de uma escolha, nem de um desejo, mas sim de uma necessidade, como todo vício. A compulsão aqui se apresenta da forma mais instintiva, onde o personagem faz de tudo o tempo todo para aplacar seu vício. A atividade sexual passa a dominar a vida e traz prejuízos. Perde o controle do impulso sexual, com a necessidade constante de buscar sexo e vira dependente. A compulsão leva a atividade sexual não ao que se quer ter, mas o que precisa se ter. Não há liberdade de escolha, mas sim necessidade. Como fica o desejo diante disto? O sexo deixa de ser prazeroso para ser um ato repetitivo, compulsivo, para aplacar uma ansiedade. E a repetição que se sucede, pois depois de suas relações o compulsivo não se satisfaz, percebe que seu desejo não foi aplacado, fica diante de um vazio, muitas vezes da depressão, retomando sua busca frenética e angustiante por outros parceiros. O que entra em jogo e se evidencia é a necessidade de seduzir, conquistar, onde a promiscuidade impera, muitas vezes sem levar em conta a prevenção sexual.



Vanessa M. da Ponte
Psicóloga do Lien Clínica e Assessoria

(*Fontes: O Globo, Adorocinema).

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