terça-feira, 27 de novembro de 2012
Reflexões Psicanalíticas
Balanço de fim de ano
Estamos muito próximos ao final do ano, momento no qual empresas e pessoas costumam pensar no ano que finda, realizando o que se acordou em chamar “balanço”.
A palavra balanço em português tem vários sentidos que remetem a movimento, tais como:
1 Movimento alternado em sentidos opostos; oscilação.
2 Aparelho de diversão para balançar.
3 Abalo, sacudidela, solavanco.
4 Econ. Exposição pormenorizada do ativo e passivo de qualquer empresa comercial, sociedade ou instituição; levantamento contábil que demonstra a situação econômico-financeira de uma empresa.
5 Rádio, Telev. e Cin. Combinação de música, vozes e efeitos para que tenham o necessário equilíbrio; arranjo, em boa proporção, de elementos visuais diversos.
Este movimento, este “balanço”, no entanto, acredita-se deve estar em equilíbrio, por exemplo, entre o que se gastou e recebeu, entre a energia dispensada e o que se obteve, entre os sons graves e agudos etc. Desta forma, poderíamos pensar que um bom “balanço” demonstra equilíbrio de forças. No entanto, no segundo sentido, a palavra balanço remete ao brinquedo, a um movimento mais ousado.
Quem não se lembra da dificuldade em aprender a balançar mexendo nosso próprio corpo para frente e para trás? De vencer o medo da altura, da vertigem do movimento? De conquistar o prazer que pode nos proporcionar a liberdade e a curta sensação de que voamos?
Freud, pai da Psicanálise, era um estudioso da etimologia e da ambigüidade de sentidos que as palavras oferecem. No nosso caso, a palavra balanço tem múltiplos sentidos que mostram contradição. A significação que é sinônimo de equilíbrio pode nos levar a uma falsa ideia de que conquistamos algo somente quando tudo está equilibrado, o que na verdade pode ser enganoso: no equilíbrio não saímos do lugar, é quando ainda nem nos “balançamos”. O sentido dos “balanços pessoais” deveria ser o de pensarmos quão ousados fomos, o quanto conseguimos superar os nossos medos, o quanto arriscamos por um desejo, seja no âmbito profissional ou pessoal, (e assumimos suas conseqüências!), o quanto fomos sinceros conosco, o quanto nos permitimos ser livres.
Ao fazer o seu “balanço” pessoal pense nisso!
Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do Lien Clínica e Assessoria
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