Projetos existenciais ou Promessas de início de ano??!!

É muito comum se iniciar o ano prometendo-nos que mudaremos algumas coisas definitivamente. E isto, às vezes, realmente acontece: a relação amorosa moribunda, a atenção para a saúde, a mudança de emprego etc.
Há, contudo, uma frase conhecida popularmente que diz que ao longo da vida “Temos que plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. E o que fica nas reticências é: temos que fazer isso se quisermos ser bem sucedidos ou nos sentir completos.
Já pensou na ambigüidade e relatividade da palavra sucesso? Sucesso para quem? Sucesso de quem?
Ou na impossibilidade de alguém se sentir completo sob pena de não ter mais nada a alcançar? Completo como totalmente satisfeito? Que total é esse?
Apesar destes questionamentos é interessante pensarmos na trilogia árvore, livro, filho. O que penso de pronto é na importância de realizar ações perenes, ou seja, não efêmeras. E mais do que isso, será que poderíamos pensar nesses substantivos como sinônimos? O que a árvore, o livro e o filho têm em comum?
Longe de querer propor algum tipo de “pegadinha” ao querido leitor, penso que a árvore ou as plantas têm o sentido de vida, de crescimento, muito parecido ao sentido de filho. Um livro se escreve quando se acredita na transmissão de pensamentos e idéias que possam ajudar alguém. Às vezes, um livro pode se tornar um sopro de vida, implicar o crescimento pessoal de alguém.
Outra questão que me parece chave é a possibilidade de imortalidade que elas carregam. Ou seja, ao não suportarmos a ideia da morte como algo tão certeiro mas tão inimaginável para nós sujeitos, a árvore, o livro e o filho nos propiciam realizar, de alguma forma, nosso desejo inconsciente de imortalidade.
Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do Lien- Clínica e Assessoria
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