terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cinema e Psicanálise

A Separação
Filme iraniano A Separação Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2012







Direção: Asghar Farhadi
Elenco: Leila Hatami, Peyman Moadi, Sarina Farhadi
Nome Original: Jodaeiye Nader az Simin
Duração: 123 minutos
Ano: 2010
País: Irã
Classificação:12 anos
Gênero: Drama


Sinopse:
A Separação (Créditos: Divulgação)
Vencedor do Oscar 2012 na categoria melhor filme estrangeiro, o filme iraniano A Separação traz a história de Nader (Peyman Moaadi), um homem que, após se divorciar de Simin (Leila Hatami), é obrigado a contratar uma jovem para cuidar do pai que sofre de Alzheimer. No entanto, a garota está grávida e trabalhando sem o consentimento do marido. Essas condições aliadas a um terrível incidente levarão as duas famílias a um julgamento moral e religioso.
Assinado por Asghar Farhadi, o filme ganhou dois Ursos de Prata (melhor ator e melhor atriz) e o Urso de Ouro, prêmio máximo para o melhor filme.








Comentários:

A separação de um casal pode se converter em uma arena, cenário de disputas no qual questões não conversadas e não resolvidas aparecem de forma irreversível. Os filhos muitas vezes presenciam discussões e agressões sem, contudo, poder tomar partido, por envolver questões do casal parental. Mágoas, rancores, desentendimentos, desejos adiados, insatisfações eclodem e inundam a família como um todo.
No filme esta problemática é encenada através dos conflitos de um casal que decide se separar diante da ideia da esposa de deixar o país, decisão não compartilhada pelo marido. A partir disto, situações de difícil resolução emergem na família: a decisão da filha do casal de ficar com o pai ou emigrar com a mãe, a delicada relação entre pai e filha, e mãe e filha na adolescência, a percepção da filha das fragilidades dos pais, quem e como cuidar do pai doente do marido, o que é certo, justo e verdadeiro. Do lado da cuidadora do idoso doente, os conflitos giram em torno de como trabalhar sem afrontar cultura e valores, como conviver com um marido desempregado e agressivo, o que é certo encobrir, revelar, o que é humano...
O valor do filme está na criação de cenas extremamente conflitivas onde o espectador fica com dificuldade de se posicionar e onde fica claro que cada personagem tem seus motivos e reivindicações, muitas delas, inconscientes. Outro aspecto interessante é como as mulheres do filme aparentemente frágeis se utilizam de estratégias de convencimento e de ações de camuflagem para conseguirem conviver e driblar os preceitos morais, religiosos.

Liliana Emparan
Psicanalista e Psicopedagoga do LIEN- Clínica e Assessoria


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